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R7 Brasília

No STF, militares testemunham em defesa a Cid e dizem que ele atuava com lealdade institucional

Em audiência no processo que apura a tentativa de golpe de Estado, foram ouvidos três generais e outros militares

Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

Militares disseram que Mauro Cid atuava com profissionalismo Antônio Cruz / Agência Brasil

Durante as audiências no Supremo Tribunal Federal (STF), do processo que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, três generais do Exército, e outros militares, foram ouvidos nesta quinta-feira (22) como testemunhas de defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

Eles afirmaram que o Cid atuava com profissionalismo e lealdade institucional, e negaram qualquer discussão ou envolvimento em ações contra a Constituição.

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Cid é réu colaborador no caso e acusado de envolvimento em ações golpistas contra a democracia. Os depoimentos dos militares foram tomados para esclarecer a conduta e o comportamento de Mauro Cid nas Forças Armadas, buscando confirmar ou refutar se houve participação dele em planos para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, ou promover uma insurgência militar.

Confira abaixo, os principais depoimentos colhidos nesta fase das oitivas:


General João Batista Bezerra Leonel Filho

O general de divisão relatou ter trabalhado com Mauro Cid entre abril de 2014 e abril de 2015, destacando que o relacionamento sempre foi estritamente profissional.

“Nunca tivemos nenhum episódio dessa natureza e os nossos temas eram absolutamente da esfera técnica”, afirmou. “Nunca recebi nenhuma comunicação sobre plano de insurgência ou tentativa de impedir a posse do presidente eleito.”


Bezerra também ressaltou que, após esse período, não manteve contato direto com Cid, acompanhando apenas seu nome pela imprensa.

General Edson Diehl Ripol

Comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército à época, Ripol também teve Cid como subordinado em 2015. Ele elogiou o desempenho do então oficial e afirmou que o militar cumpria bem todas as ordens, inclusive durante momentos sensíveis de preparação para os Jogos Olímpicos do Rio.


“Ele foi absolutamente leal e correto durante o tempo que trabalhou comigo. Nunca falou sobre qualquer atentado à democracia”, declarou Ripol.

Ripol também relatou que, durante sua atuação como chefe de gabinete do Ministério da Defesa (entre 2019 e 2020), teve contato frequente com Cid, mas que nenhuma pauta golpista foi mencionada.

“Se tivesse falado, eu o teria advertido imediatamente. Temos que celebrar a Constituição.”

O general também contou que visitou Cid em 2023 quando ele já estava preso, classificando a visita como um gesto de solidariedade, sem tratar de assuntos políticos.

General Júlio César de Arruda

O general Júlio César de Arruda, ex-comandante do Exército, também prestou depoimento. Arruda foi demitido por Lula em janeiro de 2023, após os ataques do dia 8. Segundo ele, conhecia Cid desde 2004 e reforçou que nunca houve qualquer envolvimento em tentativa de golpe.

“Servimos juntos de 2004 a 2006. Era um bom oficial. Em 2022, Cid foi nomeado para comandar o 1º Batalhão de Ações de Comandos, mas não chegou a assumir.”

Sobre esse processo de nomeação, Arruda detalhou os critérios do Exército: “O Exército tem uma instrução geral que regula bem essa nomeação. Há uma seleção inicial coordenada pelo Departamento Geral do Pessoal, que avalia habilitações, cursos, perfil e preferências dos oficiais. A decisão final é do comandante do Exército, que muitas vezes consulta o alto comando antes de divulgar.”

Coronel Fernando Linhares Dreux

O Coronel do Exército Fernando Linhares Dreux também prestou depoimento como testemunha de defesa de Mauro Cid e afirmou:

“Durante o período em que trabalhei com ele, Cid nunca demonstrou comportamento politizado. Sempre atuou com profissionalismo.”

Capitão Raphael Monteiro

O capitão Raphael Maciel Monteiro relatou que visitou Mauro Cid diversas vezes após sua prisão e afirmou que nunca recebeu qualquer plano ou proposta golpista. “Tenho vínculo antigo com a família Cid. Jamais me foi apresentado qualquer tipo de minuta, ensaio ou documento relativo a um golpe de Estado.”

“Nas visitas após a prisão, falamos basicamente sobre o que saía na mídia. Cid é muito reservado e não discutiu esses temas comigo.”

Sargento Luís Marcos dos Reis

O sargento Luís Marcos dos Reis foi direto em seu depoimento e afirmou que nunca teve o a qualquer minuta relacionada a um golpe de Estado. Ele também disse não ter conhecimento sobre qualquer atuação de Mauro Cid nos atos do 8 de janeiro.

Tenente Adriano Alves Teperino

Durante a oitiva, Teperino afirmou que nunca teve conhecimento de qualquer plano golpista, proposta de insurgência militar ou tentativa de impedir a posse do presidente eleito em 2022. Ele também negou que Cid tivesse qualquer envolvimento com os manifestantes acampados em frente aos quartéis:

“Não, senhor. Nem tinha tempo para isso. O coronel sempre nos orientou a estar em condições de apoiar o governo de transição. Estávamos ali prontos para ajudar o pessoal que estaria chegando.”

Segundo Teperino, Mauro Cid sempre se portou de maneira profissional e jamais comentou sobre os fatos relacionados à ação penal em andamento. As conversas entre eles, segundo ele, se limitavam a assuntos familiares e de trabalho:

“O coronel nunca chegou a comentar nenhum fato a respeito da ação penal comigo. A gente sempre conversou a respeito de trabalho, família, nada além disso.”

General Flávio Alvarenga Filho

O general Flávio Alvarenga Filho, inicialmente convocado para depor, não compareceu às oitivas on-line e acabou sendo dispensado pelo relator do caso.

Próximos os

As oitivas no STF prosseguem até o dia 2 de junho, com previsão de 82 testemunhas a serem ouvidas. Após essa etapa, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, definirá a data para os interrogatórios dos réus. O julgamento final está previsto para ocorrer entre setembro e outubro deste ano.

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